8.6.16

Juiz prorroga prazo para PF concluir inquérito da 30ª fase da Lava Jato

Operação investiga pagamentos de R$ 40 milhões em propina e envolvimento de José Dirceu e Renato Duque
Operação investiga pagamentos de R$ 40 milhões em propina e envolvimento de José Dirceu e Renato Duque. Investigação deveria ser entregue nesta terça-feira (7). Agora, policiais poderão enviar apuração para o MP até o dia 22 de junho
O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta terça-feira (7) a prorrogação do inquérito referente à 30ª fase da Operação Lava Jato. Segundo a magistrado, a Polícia Federal pediu mais prazo para encerrar a apuração nos documentos e depoimentos obtidos no dia 25 de maio deste ano. Agora, os policiais poderão enviar todos os documentos até o dia 22 de junho.
O magistrado considerou que houve pouco tempo para que os policiais conseguissem lidar com toda a demanda. No entanto, pontuou que o novo prazo não deverá ser prorrogado. Ainda de acordo com Moro, o ideal é que os policiais concluam o inquérito antes da data final.
A 30ª fase foi batizada de “Vicio” e remete à sistemática de alguns servidores que aparentam não atuar de outra forma senão através de atos lesivos aos cofres públicos. Duas pessoas foram presas preventivamente quando a operação foi deflagrada. Flávio Henrique de Oliveira Macedo e Eduardo Aparecido de Meira são donos da empresa Credencial.
As investigações miram as empresas fornecedoras de tubos Apolo Tubulars, que tem sede em Lorena (SP), e Confab. As duas são suspeitas de procurar diretores da Petrobras para oferecer pagamento de vantagens indevidas em troca de serem contratadas pela estatal.
Os contratos celebrados pelas duas empresas somam mais de R$ 5 bilhões, o que resultou em pagamentos de propinas que passam de R$ 40 milhões.
Entre os beneficiários do esquema, ainda de acordo o MPF, está o ex-ministro José Dirceu, que teria recebido R$ 1,7 milhão em propina. Também foi verificado um repasse de R$ 1,2 milhão de um escritório de advocacia para ele, mas o MPF ainda não sabe se é irregular.
No caso da Apolo, os investigadores afirmam que a empresa procurou o operador Júlio Camargo, que é delator do esquema de corrupção, e solicitou auxílio para ser contratada pela Petrobras. Camargo, por sua vez, procurou o então diretor de Serviços Renato Duque, que fez com que o negócio se realizasse.
Sobre a Confab, os valores de propina chegaram a US$ 9,4 milhões e foram recebidos integralmente por Duque, afirmou o MPF. O dinheiro foi repassado por meio de offshores no exterior, conforme revelado pela delação premiada de João Antônio Bernardi Filho.
Além de Meira e Macedo, que já tinham mandado de prisão expedidos pelo juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal (PF) prendeu ainda uma terceira pessoa na 30ª fase que, incialmente, deveria ser apenas conduzida para prestar depoimento. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, mas não teve o nome revelado pelos policiais.
Fontes: Verdade Gospel e G1

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