16.6.16

Israel quer cercar Faixa de Gaza com muro subterrâneo

Parede de cimento reforçará medidas defensivas em torno da região. Gaza está sob bloqueio desde que Hamas chegou ao poder
Não se sabe quando começarão as obras, mas a parede de cimento reforçará medidas defensivas em torno da região. Gaza está sob bloqueio desde que Hamas chegou ao poder
Israel planeja construir um muro de concreto subterrâneo ao redor de Gaza para impedir a escavação de túneis a partir da Faixa de Gaza, segundo a edição do jornal ‘Yedioth Ahronoth’ desta quinta-feira (16).
Em matéria publicada pelo ‘G1′, a nova barreira terá um custo de 2,2 bilhões de shekels (cerca de 504 milhões de euros ou cerca de 2 bilhões de reais). O muro se estenderá ao longo da fronteira entre Israel e o enclave litorâneo, sob bloqueio desde que o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, chegou ao poder em 2007.
A parede de cimento reforçará as atuais medidas defensivas em torno da Faixa de Gaza, que já é cercada por muros e cercas eletrônicas.
A Faixa de Gaza possui túneis e alguns deles, segundo Israel, chegam ao seu território. Para administração israelense, essas estruturas têm o objetivo de driblar o bloqueio.
Neste ano, o Exército anunciou o descobrimento de pelo menos dois túneis deste tipo, os primeiros desde o fim da ofensiva de 2014. O periódico não informa quando começarão as obras.
Fontes: Verdade Gospel e G1.

ONU: Na Síria e Iraque, EI está cometendo genocídio contra minorias

Imagem: Divulgação
Os yazidis são difamados e perseguidos pelo Islã por serem considerados “adoradores do diabo”. Grupo étnico-religioso reúne 400 mil pessoas na Síria e no Iraque. Assim como eles cristãos também são perseguidos e assassinados pelos terroristas do EI
O Estado Islâmico está cometendo genocídio contra os yazidis na Síria e no Iraque na tentativa de destruir o grupo étnico-religioso de 400 mil pessoas por meio de assassinatos, escravidão sexual e outros crimes, disseram investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (16).
As crenças yazidis misturam componentes de várias religiões antigas do Oriente Médio.
O relatório da ONU, baseado em entrevistas com dezenas de sobreviventes, afirmou que os militantes islâmicos vêm capturando yazidis na Síria e no Iraque sistematicamente desde agosto de 2014 e procurando “apagar sua identidade” em uma campanha que se encaixou na definição do crime tal como ele é, definido na Convenção do Genocídio de 1948.
“O crime de genocídio deve desencadear uma ação muito mais contundente no nível político, inclusive no Conselho de Segurança (da ONU)”, disse o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que preside a comissão de inquérito, em comunicado.
Vitit Muntarbhorn, membro da comissão, disse que a organização tem “informações detalhadas de lugares, violações e nomes dos perpetradores” e que começou a compartilhar dados com algumas autoridades nacionais que estão processando combatentes estrangeiros.
Os quatro membros independentes da comissão exortaram as grandes potências a resgatarem pelo menos 3,2 mil mulheres e crianças ainda nas mãos do Estado Islâmico e para encaminharem o caso para o Tribunal Penal Internacional (TPI).
“O Estado Islâmico não fez segredo de sua intenção de destruir os yazidis de Sinjar (no Iraque), e esse é um dos elementos que nos permitiram concluir que suas ações equivalem a um genocídio”, disse outra investigadora, Carla del Ponte.
“É claro, enxergamos isto como um roteiro para os processos, para futuros processos”.
Fontes: Verdade Gospel e G1.

Temer chama de ‘mentirosa e leviana’ declaração de Sérgio Machado

Temer classificou como "irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa" a declaração do ex-presidente da Transpetro
Presidente classificou como “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa” a declaração do ex-presidente da Transpetro
O presidente em exercício Michel Temer classificou nesta quinta-feira (16) de “irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa” a declaração do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em delação premiada, na qual disse que Temer pediu a ele que obtivesse doações eleitorais para o ex-deputado federal Gabriel Chalita, que na época estava no PMDB, para a campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012
O conteúdo da delação veio à tona nesta quarta-feira (15), após homologação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em troca da colaboração, Machado pode ter a pena reduzida, se for condenado por algum crime.
Declarações do presidente
“Eu quero fazer uma declaração a respeito da manifestação irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa do cidadão Sérgio Machado. E quero dizer aos senhores e as senhoras que eu falo, em primeiro lugar com homem, como ser humano, para dizer que a nossa honorabilidade está acima de qualquer outra função ou tarefa pública que exerça no momento ou venha a exercer”, disse Temer, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
“E ao falar como ser humano, eu quero me dirigir à minha família, aos muitos amigos e conhecidos que tenho no Brasil, quero me dirigir ao povo brasileiro, que não deixarei passar em branco essas afirmações levianas que acabei de mencionar. […] Enquanto alguns deixam passar em branco, eu não deixarei. Devo revelar com palavras indignadas, ao meu estilo, para registrar que esta leviandade não pode prevalecer”, afirmou.
No depoimento, Machado narrou um encontro que teve com Temer em setembro daquele ano. Na ocasião, ele diz que acertou o valor de R$ 1,5 milhão para a campanha, pagos pela construtora Queiroz Galvão ao diretório do PMDB.
Ainda na quarta-feira, o presidente em exercício divulgou uma nota na qual disse ser “absolutamente inverídica” a informação de que ele teria pedido recursos ilícitos a Machado. Temer afirmou que mantinha “relacionamento apenas formal e sem nenhuma proximidade” com Machado.
Na nota, Temer disse que “sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais”.
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Perto do fim: Parlamentares pressionam para acelerar cassação de Cunha

Imagem: DivulgaçãoO presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), está sendo pressionado para não atrasar a cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Passada a análise de recursos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cabe a ele pautar o texto em plenário. Lá são necessários 257 votos, em votação aberta, para dar fim definitivo ao mandato do peemedebista.
Após oito meses de discussão e manobras protelatórias que tornaram o caso o mais longo da história do Conselho, o colegiado aprovou na terça-feira (14), por 11 votos a nove, o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), pela cassação de Cunha.
A decisão foi enviada pelo colegiado para a Secretaria-Geral da Mesa nesta quarta-feira (15) e a previsão é de que fosse publicada no Diário Oficial da Câmara nesta quinta-feira (16).
Com a publicação, começa o prazo de cinco dias úteis para a defesa de Cunha entregar recurso na CCJ.
O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, já afirmou que irá alegar que não foi comprovada a existência de contas do deputado na Suíça. Nobre avalia também questionar aspectos formais, como a votação nominal do relatório.
Réu por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras ao negar ter contas no exterior. Em seu relatório, Rogério crava que o parlamentar mentiu à CPI e diz que é “cristalina” a violação do Código de Ética da Casa.
Calendário
Se a defesa usar o prazo limite para o recurso, o que é provável, ele só será apresentado na próxima quinta-feira, 23 de junho. Nessa data, a CCJ envia o recurso à Mesa para ser numerado e o texto volta então à comissão. O prazo para essa devolução é de duas sessões plenárias.
Como não haverá sessão nos dias 27 e 28 de junho, porque os deputados são liberados para comparecerem às festas juninas no Nordeste, o recurso só estaria liberado para deliberação na CCJ em 1º de julho.
A partir de então, o texto passa a trancar a pauta da comissão. Ou seja, o colegiado não pode deliberar sobre outros assuntos — o que não interessa ao governo interino de Michel Temer.
Após análise do recurso na CCJ, o parecer de Rogério vai para a Mesa e cabe ao presidente em exercício, no caso, Maranhão, ler no expediente para que entre na pauta em até duas sessões.
Nos bastidores, antigos aliados de Cunha afirmam que ele perdeu força e que haverá pressão para Maranhão não atrasar a cassação.
Um dos sinais de enfraquecimento são as articulações para escolher o próximo presidente da Casa. Entre os nomes mais cotados estão o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) e o líder do governo, André Moura (PSC-SE).
O recesso parlamentar começa em 18 de julho e, a partir do dia 20 de julho, se iniciam as convenções partidárias, o que pode esvaziar o plenário. Ausências beneficiam Cunha.
Na noite da terça passada, após o resultado no Conselho, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) visitou Cunha. “Ele estava preocupado, mas não desesperado ou prostrado”, afirmou ao HuffPost Brasil.
Marun não quis apostar num resultado na CCJ ou no plenário, mas reconheceu que o clima mudou. “Não há como ele ter um julgamento isento aqui. Tem pressão da opinião pública, da imprensa, de quem ficou descontente com o resultado da eleição pra presidência.”
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Lula recorre ao STF para fugir de Sergio Moro e da Lava Jato

Recurso pede que a Corte reveja a decisão do ministro Teori Zavascki de remeter à 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná algumas das investigações contra o ex-presidente
Recurso pede que a Corte reveja a decisão do ministro Teori Zavascki de remeter à 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná algumas das investigações contra o ex-presidente
A defesa do ex-presidente Lula entrou nesta quarta-feira (15) com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que as investigações contra ele permaneçam na Corte e não nas mãos do juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba.
O argumento dos advogados é que é preciso haver uma “sistematização” dos procedimentos contra Lula para que os mesmos fatos não sejam investigados em dois lugares já que a Procuradoria-Geral da República pediu para incluir o nome do petista no inquérito-mãe da Lava Jato que tramita no STF, que apura a relação de dezenas de políticos com o esquema de corrupção da Petrobras.
Na peça, a defesa do ex-presidente pede ainda que o Ministério Público Federal seja notificado sobre condutas de Moro que poderiam, alega, configurar crime de abuso de autoridade. Os advogados também querem que a decisão tomada pelo relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, seja submetida à análise do plenário.
Na segunda-feira, Teori decidiu enviar para a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná os procedimentos contra Lula que estavam sob análise do tribunal em razão de uma decisão liminar. Entre as investigações que voltaram para Moro estão os casos do sítio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.
Na mesma decisão, o ministro do STF anulou parte das gravações autorizadas por Moro que envolviam Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff. Entre os áudios invalidados, está um em que Dilma aparece dizendo que enviaria para Lula o termo de posse da Casa Civil para que o padrinho político o usasse “em caso de necessidade”. Essa gravação é uma das bases do pedido de abertura de inquérito que a PGR enviou ao STF para apurar se a presidente afastada e o ex-presidente atuaram em conjunto para obstruir o avanço das investigações da Operação Lava Jato.
Para Teori, as gravações devem ser anuladas porque foram feitas sem autorização judicial, já que Moro havia suspendido a diligência horas antes. O ministro também considerou que o juiz de primeira instância usurpou a competência do Supremo, já que Dilma é detentora de foro privilegiado e, por isso, a análise dos áudios deveria ter sido feita pela Corte.
Fontes: Verdade Gospel e Veja.

Presidente do Senado faz ameaça velada a Rodrigo Janot

Renan ressaltou que a Casa já recebeu nove pedidos de impedimento do Procurador-Geral da República e falou que excessos podem ser “corrigidos”
Renan ressaltou que a Casa já recebeu nove pedidos de impedimento do Procurador-Geral da República e falou que excessos podem ser “corrigidos”
Alvo de mais uma delação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu à tribuna do plenário nesta quarta-feira (15) para fazer uma ameaça velada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão do peemedebista. Calheiros fez questão de ressaltar que a Casa já recebeu nove pedidos de impedimento de Janot e, em seguida, falou que excessos podem ser “corrigidos”.
Renan disse que quatro ações contra o procurador já foram arquivadas e que analisará os novos pedidos com o mesmo critério e “sem nenhuma preponderância de fatores políticos ou pessoais”. “Instituições não se prestam e não podem servir de biombos para persecuções individuais. Quando há um excesso contra o indivíduo, eu já disse aqui e queria repetir, ele é assimilável, ele é corrigível, não pode haver excesso contra a instituição”, afirmou na tribuna do Senado.
O peemedebista prometeu se declarar impedido caso os pedidos de impedimento de Janot trouxerem alguma citação a ele e disse que na próxima quarta-feira vai tornar público o despacho sobre o novo pedido de ação contra Janot.
Nesta quarta-feira, vieram à tona declarações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado em acordo de delação premiada. Segundo ele, Renan fazia pressões por maiores repasses de propina e, em meio às cobranças, passou a ser alvo de notas na imprensa segundo as quais estaria de saída da empresa. De imediato, entendeu o recado e confirmou ao Ministério Público que “precisava ser eficaz na arrecadação de propinas ou não ficaria no cargo”.
“Já fiz questão de depor duas vezes, de responder todas as perguntas que me fizeram, e farei assim com todas as investigações. Mas não é comum nem é lúcido você investigar por citação, por ouvir dizer por terceiros, por depoimento de terceiros que não tem nada a ver, e fazer dez, quinze citações e, pelo mesmo motivo, arquivar aqui citações de Senadores na mesma delação. Isso não pode acontecer, sobretudo por orientação de um conjunto de uma força-tarefa que é composta por três procuradores rejeitados aqui pelo Plenário do Senado Federal”, disse o presidente do Senado.
Fontes: Verdade Gospel e Veja.

Delator Sérgio Machado vai devolver R$ 75 mi aos cofres públicos

Acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro prevê que o dinheiro seja pago à União e à subsidiária da Petrobras
Acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro prevê que o dinheiro seja pago à União e à subsidiária da Petrobras
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que em seu acordo de delação premiada envolveu o presidente interino Michel Temer (PMDB) e ao menos outros 20 políticos em relatos dos onze anos em que esteve à frente da Transpetro, se comprometeu com o Ministério Público Federal a devolver 75 milhões de reais aos cofres públicos.
O acordo firmado por Machado, que descreveu em detalhes como arrecadou e distribuiu mais de 100 milhões de reais a excelências do PMDB, prevê que a União deve receber 80% do montante a ser devolvido, o equivalente a 60 milhões de reais, enquanto os 20% restantes, equivalentes a 15 milhões de reais, caberão à Transpetro, subsidiária da Petrobras onde o delator deu as cartas entre 2003 e 2014.
Dez milhões de reais deverão ser pagos até o próximo dia 24, exatamente 30 dias após a homologação do acordo de colaboração pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki. O trato prevê que os outros 65 milhões de reais devem ser restituídos ao erário até novembro do ano que vem, 18 meses após a homologação da delação pelo STF.
Expedito Machado Neto e Sérgio Firmeza Neto, dois dos filhos de Machado que também firmaram delação premiada, forneceram ao MPF uma lista de bens avaliada em 76 milhões de reais como garantia do pagamento da multa compensatória.
Conforme o acordo firmado com o Ministério Público Federal, Sérgio Machado será condenado a uma pena de, no máximo, 20 anos de reclusão. Cumprirá dois anos e três meses em prisão domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica, e nove meses em regime semi-aberto.
Enquanto estiver preso domiciliarmente, a cerca de um quilômetro da orla de Fortaleza (CE), Machado não poderá receber visitas. As exceções são seus advogados, profissionais de saúde para tratamento emergencial ou de doenças crônicas, e outras 27 pessoas listadas, entre as quais um padre e os seus três filhos que também fecharam acordos de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
Sérgio Machado poderá deixar sua residência durante seis horas seguidas em oito dias pré-determinados no acordo de colaboração, entre os quais o Natal de 2016 e o de 2017.
Nos nove meses de regime semi-aberto, o ex-presidente da Transpetro prestará serviços à comunidade, em uma entidade designada pela Justiça Federal, durante oito horas semanais.
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15.6.16

TCU diz que Dilma Rousseff repetiu irregularidades em 2015

Dilma Rousseff terá 30 dias para responder aos quesitos apresentados pelo TCU. Ministro José Múcio, relator do parecer, diz que muitos dos pontos citados no relatório de 2015 repetem erros ocorridos em 2014, como operações de crédito com bancos públicos
Dilma Rousseff terá 30 dias para responder aos quesitos apresentados pelo TCU. Ministro José Múcio, relator do parecer, diz que muitos dos pontos citados no relatório de 2015 repetem erros ocorridos em 2014, como operações de crédito com bancos públicos
O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou nesta quarta-feira (15) dezenove questionamentos referentes às contas de 2015 da presidente afastada Dilma Rousseff. Outros cinco pontos foram apresentados pelo Ministério Público. A sessão extraordinária analisa, a partir de hoje, o parecer sobre as contas preparado pelo relator, ministro José Múcio. “Foram identificados indícios de irregularidades a exemplo do ano passado”, disse Múcio no início da sessão. “A degeneração das contas deveria ser o foco principal do governo. Porém, o que se verificou foi o fracasso de uma política econômica necessária para o avanço do país”.
Múcio criticou o fato de que, desde 2010, o governo federal tenha abandonado o tripé macroeconômico que previa ajuste fiscal, sistema de metas e câmbio flutuante “fundamentais para o desenvolvimento do país”. “Este pilar da política monetária foi sendo paulatinamente deteriorado, e disso resultaram deletérios efeitos nas contas externas”, disse. “E, ao se afastar do tripé, adotou-se políticas menos restritivas e aumento do gasto público. Esse caminho provocou graves efeitos colaterais: volta da inflação, deterioração contas públicas e queda de investimentos público e privado”, explicou.
Ao apresentar os questionamentos às contas do governo, Múcio disse que muitos dos pontos citados no relatório de 2015 repetem o ocorrido em 2014, caso das operações de crédito com bancos públicos. “A exemplo de 2014, em 2015 o Tesouro deixou de repassar valores nas operações de plano de safra”, afirmou.”Constatou-se novamente concessão de crédito das entidades financeiras e ficou caracterizada a ocorrência de refinanciamento da dívida. Em 2015, a União incorreu em novas operações de crédito irregulares com essas instituições, reproduzindo o que foi feito anteriormente”, afirmou.
O ministro disse que vai comunicar ao Congresso Nacional que as contas prestadas pela presidente Dilma não estão no momento em condições de serem apreciadas pelo tribunal, em razão de irregularidades e possíveis distorções. Confirmado o prazo previsto, a presidente afastada terá 30 dias para responder aos quesitos apresentados pelo TCU.
BB e BNDES
José Múcio citou algumas concessões de crédito feitas à União em janeiro e em julho de 2015, por meio do Banco do Brasil (BB) e do BNDES. No caso do BB, foram 8,3 bilhões de reais em janeiro e 10,4 bilhões de reais usados para refinanciamento e rolagem de dívidas existentes referentes a dezembro de 2014 e julho de 2015, contraídas em razão da concessão de operações de crédito para a quitação de equalizações de juros apuradas para períodos anteriores ao segundo semestre de 2014 e ao primeiro semestre de 2015.
Também foram apontadas duas operações de crédito – feitas pela União junto ao BB – de 2,6 bilhões de reais e de 3,1 bilhões de reais em virtude de passivos oriundos da equalização da taxa de juros em operações de crédito rural.
No caso do BNDES, foi citada a concessão de crédito – também em janeiro e julho de 2015 – nos valores de 20 bilhões de reais e 20,16 bilhões de reais relativos a financiamentos do banco, por meio do programa de financiamento de máquinas e equipamentos do Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame). De acordo com o ministro relator, as operações configuram refinanciamento e rolagem de dividas existentes, referentes a dezembro de 2014 e junho de 2015, contraídas em razão de operações de crédito para quitação de equalização de juros apurados para períodos anteriores. Ainda no âmbito do BNDES, foram feitas operações de crédito de 3,7 bilhões de reais e 4,37 bilhões de reais em virtude de passivos oriundos do Programa de Sustentação do Investimento.
Nos questionamentos apresentados pelo relator, foi apontada, ainda, a omissão de passivos da União junto ao BB, Caixa Econômica Federal, BNDES e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas estatísticas da dívida pública divulgadas pelo Banco Central, o que, segundo Múcio, “contraria os pressupostos do planejamento, da transparência e da gestão fiscal responsável.” O relatório cita, também, a realização de pagamento de dívidas da União junto ao Banco do Brasil, BNDES e FGTS sem autorização em Lei Orçamentária Anual ou em lei de créditos adicionais.
Infraero, Banco da Amazônia e DPVAT
O relatório cita também contingenciamentos de despesas discricionárias da União em montantes inferiores aos necessários para atingir a meta fiscal; e a retenção irregular de recursos do orçamento fiscal da União e respectiva aplicação para realização de despesas sem autorização legislativa pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Múcio considerou “indevida” a concessão autorizada pelo Banco Central ao Banco da Amazônia para que efetuasse o registro de 982,1 milhões de reais como patrimônio de referência na qualidade de capital principal. Segundo o relator, houve também ausência de repasse referente ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), no valor de 89,7 milhões de reais, ao Fundo Nacional de Saúde.
Fontes: Verdade Gospel e Veja.

Bumlai e Delúbio farão acareação sobre empréstimo fictício ao PT

Imagem: Agência BrasilAlvos da Operação Lava Jato, o empresário José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares farão uma acareação no próximo dia 27 de junho. No escândalo do petrolão, o ponto de divergência entre os dois gira em torno de um empréstimo fraudulento de 12 milhões de reais simulado pelo PT.
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, que nesta terça-feira (14) autorizou a acareação, Bumlai disse que assinou o empréstimo fictício para o PT por medo de ser alvo de invasão de terras e afirmou que o pedido para a liberação dos recursos partiu do então tesoureiro Delúbio Soares, embora o tema tenha sido tratado também pelo ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e pelo lobista Fernando Baiano. Amigo do ex-presidente Lula, Bumlai foi o avalista da tomada de dinheiro junto ao Banco Schahin usada para pagar despesas eleitorais de 2004 e para repassar dinheiro de uma suposta chantagem feita pelo empresário Ronan Maria Pinto, em Santo André (SP)
Fontes: Verdade Gospel e Veja.

Comissão especial discutirá as ’10 medidas contra a corrupção'; saiba mais

Imagem: DivulgaçãoO presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), criou nesta terça-feira (14) uma comissão especial destinada a discutir as propostas de combate à corrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal e que receberam mais de 2 milhões de assinaturas de apoio da população.
As medidas foram entregues ao Congresso no fim de março e, desde então, estavam à espera de que a comissão fosse criada para começar a analisar o texto. O colegiado será composto por 30 integrantes titulares e 30 suplentes. O ato de criação será lido no plenário da Câmara. Em seguida, os líderes deverão indicar os membros para as vagas distribuídas de acordo com o tamanho da bancada.
O ato de criação foi assinado por Maranhão após receber um grupo de deputados da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, que foram até o seu gabinete.
Na semana passada, esse mesmo grupo já tinha tentado se encontrar com Maranhão para cobrar celeridade na instalação da comissão, mas não foi recebido.
Um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, divulgou nota para comentar a criação da comissão. Ele disse que Maranhão “atendeu as expectativas da sociedade”. O procurador afirmou ainda esperar que a discussão das medidas seja um “primeiro passo legislativo concreto” contra a corrupção (veja a íntegra da nota de Dallagnol no fim desta matéria).
O conjunto inclui dez propostas e mobilizou procuradores e promotores em palestras e eventos realizados em todo o país para divulgar e pedir adesão às medidas, que incluem alterações legislativas para prevenir, punir e recuperar desvios de dinheiro público.
Imagem: Divulgação
Propostas do Ministério Público receberam mais de 2 milhões de assinaturas. Um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, foi um dos maiores divulgadores da campanha
“As 10 medidas começam a tramitar para valer agora, com a criação da Comissão Especial, e esperamos que a discussão e a aprovação dessas medidas possa ser o primeiro passo legislativo concreto, e significativo, contra a corrupção, desde que a Lava Jato veio à tona”, escreveu o procurador. “Será um sinal positivo de que o Congresso busca virar a página e ganhar a confiança da sociedade”, completou.
Em entrevista, o procurador disse que a Câmara tem, agora, a oportunidade de dar uma “virada de página” no combate à corrupção.
“O que nós vemos é um movimento do Congresso buscando retomar a confiança da sociedade e vemos inclusive que muitos parlamentares estão apoiando essas dez medidas”, afirmou.
Propostas
As propostas incluem mecanismos para dar mais transparência para o Judiciário e o próprio MPF. Há uma proposta específica para tornar crime o enriquecimento ilícito por parte de agentes públicos e outra para aumentar as penas para crimes de corrupção, que também se tornaria hediondo. Outra proposta visa reduzir o número de recursos possíveis num processo penal e ainda acelerar ações de improbidade administrativa, envolvendo desvios de recursos.
Outro grupo de propostas envolve mudança que tem como objetivo reduzir a possibilidade de prescrição de crimes (quando se perde o direito de punir um criminoso) e diminuir procedimentos que possam anular um processo penal. Há também proposta para criminalizar o caixa 2 (doação de campanha não declarada), incluindo punição para o candidato que for beneficiário.
Também há uma proposta para permitir a prisão preventiva (antes da condenação) em casos que se comprove que o suspeito mantém recursos no exterior. Uma outra medida apresentada pretende que, no ressarcimento de recursos aos cofres públicos, o responsável deva entregar todo o patrimônio, exceto aquele que consiga provar origem lícita.
Confira abaixo cada uma das 10 medidas de combate à corrupção:
1) Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação
– Regras para prestação de contas por parte de tribunais e procuradorias, além de investimento mínimo em publicidade de combate à corrupção, com ações de conscientização e educação;
– Testes de integridade: um agente público disfarçado poderá oferecer propina para uma autoridade suspeita; se ela aceitar, poderá ser punida na esfera administrativa, penal e cível;
– Manter em segredo a identidade de um delator que colaborar com as investigações, dando maior segurança ao informante
2) Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos
– Posse de recursos sem origem comprovada e incompatível com a renda do servidor se tornaria crime, com pena de 3 a 8 anos de prisão
3) Aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores
– Punição mínima por corrupção (recebimento de vantagem indevida em troca de favor) passaria de 2 para 4 anos de prisão. Aumenta também o prazo de prescrição (quando se perde o direito de punir), que passaria de 4 para 8 anos;
– Quanto maior o volume de dinheiro envolvido, maior a pena. Até R$ 80 mil, pena varia de 4 a 12 anos. Se a propina passar de R$ 80 mil, pena será de 7 a 15 anos. Se for maior que R$ 800 mil, prisão será de 10 a 18 anos. Caso seja superior a R$ 8 milhões, punição será de 12 a 25 anos de prisão
4) Aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal
– Trânsito em julgado (declarar a decisão definitiva) quando o recurso apresentado for protelatório ou for caracterizado abusivo o direito de recorrer;
– Mudança nas regras para apresentação de contrarrazões em segunda instância, revogação dos embargos infringentes, extinção da revisão do voto do relator no julgamento da apelação, mudança na regra dos embargos de declaração, do recurso extraordinário e dos habeas corpus em diversos dispositivos;
– Possibilidade de execução provisória da pena após o julgamento na instância superior
5) Celeridade nas ações de improbidade administrativa
– Acaba com fase preliminar da ação de improbidade administrativa e prevê agravo retido contra decisão que receber a ação;
– Criação de turmas, câmaras e varas especializadas no âmbito do Poder Judiciário;
– Instituição do acordo de leniência para processos de improbidade administrativa – atualmente existente apenas em processos penais, na forma de delação premiada; e administrativos, na apuração dos próprios órgãos públicos
6) Reforma do sistema de prescrição penal
– Fim da “prescrição retroativa”: pela qual o juiz aplica a sentença ao final, mas o prazo é projetado para o passado a partir do recebimento da denúncia
7) Ajustes nas nulidades penais
– Restringir as nulidades processuais a casos em que são necessários;
– Introduzir o balanço de custos e benefícios na anulação de um processo
8) Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do ‘caixa dois’
– Responsabilidade objetiva dos partidos políticos pelo caixa 2. Com isso, o partido poderá ser punido mesmo se não ficar provada culpa do dirigente partidário, mas ficar comprovado que a legenda recebeu recursos não declarados à Justiça Eleitoral;
– Quanto mais grave, maior a punição: além de multas maiores, o partido poderá também ter o funcionamento suspenso se for reincidente ou mesmo ter o registro cancelado
9) Prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado
– Possibilidade de prisão preventiva (antes da condenação, por tempo indeterminado), caso se comprove que o suspeito mantenha recursos fora do país
10) Recuperação do lucro derivado do crime
– Confisco alargado: obriga o criminoso a devolver todo o dinheiro que possui em sua conta, exceto recursos que comprovar terem origem lícita;
– Ação civil de extinção de domínio: possibilita recuperar bens de origem ilícita, mesmo que não haja a responsabilização do autor do fato ilícito, em caso de morte ou prescrição, por exemplo
Leia na íntegra da nota do procurador Deltan Dallagnol:
“A Lava Jato fez o diagnóstico de uma situação sombria, em que a corrupção tomou conta da cúpula do governo brasileiro e se disseminou em importantes órgãos, ministérios e entidades. O diagnóstico mostra que, se queremos um país mais justo, com menos corrupção e menos impunidade, precisamos de reforma política e de reforma no sistema de justiça.
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, atendeu as expectativas da sociedade, representada nos mais de 2 milhões de brasileiros que assinaram a proposta, e deu um grande passo em direção à reforma do sistema de justiça, tão necessária para o combate à corrupção e à impunidade. As 10 medidas começam a tramitar para valer agora, com a criação da Comissão Especial, e esperamos que a discussão e a aprovação dessas medidas possa ser o primeiro passo legislativo concreto, e significativo, contra a corrupção, desde que a Lava Jato veio à tona. Será um sinal positivo de que o Congresso busca virar a página e ganhar a confiança da sociedade”.
Fontes: Verdade Gospel e G1.